A Marília perguntou-me se eu não gostava de escrever
sobre a minha viagem... Mas o que escrever? Sobre o que? Como escolher um
lugar, uma memória, uma pessoa... Uma
recordação?
Mas depois "bateu-me"... Porque não sobre o slogan preferido dos viajantes!?
"Viajar é ser feliz com pequenas
coisas!"
Ser viajante não é propriamente o mesmo
que "ir de férias". Carregar a
mochila com as coisas essenciais para a viagem, não é o mesmo que fazer a
mala para quinze dias de férias... Ser viajante não é mais, nem melhor do que "ir de férias" é simplesmente diferente!
E é nessa diferença que as almas itinerantes encontram a
felicidade.
Quando resolvemos dar o salto no escuro. Ou
seja, quando de algum espaço recôndito da nossa mente nasce a ideia de partir
pelo "mundo" à descoberta, na
realidade estamos a decidir mudar o nosso conceito de felicidade.
E vocês perguntam-me.... Para que tantas aspas nas palavras? E
principalmente, porque aspas na palavra - mundo?? Porque o conceito de "mundo"
muda de viajante para viajante o que me faz acreditar que quando um viajante
sai à descoberta do mundo, na
realidade sai à descoberta do seu
"mundo" ... Do "mundo" que povoa o seu imaginário. O "mundo" de um viajante pode
ser uma cidade, um pais, um continente ou o planeta. Só por aqui, já da para perceber o
quanto é caótica está coisa de ser
viajante... E o viajante é feliz nesta coisa caótica.
Quando finalmente damos o salto no escuro,
iniciamos a viagem escolhemos seguir a ideia maluca que brotou num canto recôndito da nossa mente... De mochila às costas, com o peso a variar entre os 10 e os
30 kg iniciamos o percurso de descoberta do nosso "mundo" de caóticas felicidades. E já contamos a primeira das pequenas felicidades, descobrimos que
conseguimos ser concisos o suficiente para encaixar a vida numa mochila e
sempre que ela por algum motivo fica mais leve (acabou o shampoo :) ) e temos
que caminhar uns Kms até à paragem do autocarro, então é que nos sentimos felizes!!
O meu nome é Liliana e durante cinco meses de viagem eu posso dizer que a minha
vida mudou, todos iam compreender. Mas,
na realidade, o que mudou foram as minhas definições de certos conceitos e entre eles o conceito de felicidade. Também eu aprendi a ser feliz com as pequenas coisas...
Água quente quando está frio, ou água fria quando está calor, um quarto sem
"bichos", alguém com quem falar, alguém com quem falar a nossa língua, roupa lavada, um sítio para lavar a roupa, tomar banho depois de 3 dias numa ilha sem água, o por do sol, o nascer do sol, a cor das árvores, a cor do mar... A coisa mais simples é capaz de nos tocar. Através dela o nosso conceito de felicidade
alargasse. Aprendemos simplesmente a ser felizes com o pequeno sorriso da criança meia despida, que paramos na rua para
cumprimentar, da mesma maneira, como somos felizes quando descobrimos que
conseguimos subir o segundo vulcão mais alto da indonésia, foi difícil, estamos exaustos mas realizados e felizes...
O truque está no: "Como?" Como é que aprendemos a abarcar tudo no mesmo conceito de felicidade?
A experimentar... A experimentar resolver as
situações que aparecem no
nosso caminho, contrariando as nossas primeiras respostas, criando novas
respostas, descobrindo energia onde achávamos que já não tínhamos, explorando o que
nos rodeia e explorando mais ainda o profundo do nosso ser...
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